DESIMPORTÂNCIA...

"NESSA CIDADE, NINGUÉM ESTÁ PREOCUPADO COM O BARULHO DA TUA MORDIDA, COM A COR DO TEU SAPATO, COM TUA ALMA CORROMPIDA...NESSA CIDADE, O QUE IMPORTA É O NÃO IMPORTAR-SE." Essa frase escrevi há muito tempo atrás num caderno qualquer, e é engraçado voltar a resgatá-la depois de uma pandemia, depois de um país visivelmente dividido ideologicamente e depois de algumas rugas a mais na cara... São Paulo sempre me trouxe uma sensação de liberdade, mas hoje sei que não é por que a cidade é livre de preconceitos e julgamentos, mas porque aqui encontro meus pares com mais facilidade, os cabeças-abertas, os porra-loucas, os artistas e os críticos por natureza também fazem parte dos mais de 11 milhões de habitantes, e nos topamos pela Paulista, nos cinemas alternativos ( e não nos cinemarks da vida...), nos lugarzinhos underground e.... era só isso... No mais, a Sampa é também dos que ainda se sentem ameaçados por cor de pele, por opções de gênero e por discursos de igualdade... pelos que confundem sistemas de governo (democracia, ditadura) com sistemas socioeconômicos (capitalismo, comunismo e socialismo), que olham raso e certeiro para aspectos que exigem mais reflexão e aprofundamento crítico. MAS AINDA ASSIM, é essa Sampa que me ensina a conviver no meio de tanta gente que se importa e não se importa, é no meio dessa multidão que me equilibro e apoio, é nela que busco o retrato de uma sociedade bem brasileira, muito confusa e sempre em busca de um lugar ao sol (embora por aqui isso está cada vez mais difícil com tanta invasão imobiliaria, cada vez mais vamos nos contentando com frestas de sol, mas isso é tema para outro papo...).

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